Espaço DOCAS...um Espaço Polivalente!

O Espaço DOCAS, Artes & Etc...pretende ser um ponto de divulgação das mais variadas disciplinas artísticas como a Pintura, a Fotografia, a Literatura ou o Artesanato.

O Espaço DOCAS, situado em plena Doca de Santo Amaro, no Armazém 10, desenvolverá acções junto às Escolas envolventes, através de workshops temáticos, efectuará lançamentos de Novos Livros, criará zonas específicas para grupos etários diversificados, enfim, será um polo de atracção de públicos muito variados e foco de dinamização de toda zona circundante.

E aqui no blog Espaço DOCAS daremos a conhecer essas iniciativas, receberemos as vossas sugestões e críticas de modo a que este projecto, que tem tudo para resultar, seja o mais interessante e enriquecedor possível.

...Entre à vontade, o ESPAÇO é seu !!!!

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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

"3 Territórios - Prémios Nacionais de Artesanato" Entrevista a Alexandre Rosa


Alexandre Rosa, 57 anos, natural de Ferreira do Alentejo é,
desde Maio de 2005, Vice-presidente
do Instituto do Emprego e Formação Profissional.
Estando sob a sua alçada a responsabilidade
da organização da exibição em Portugal da exposição itinerante
"3 territórios - Prémios Nacionais de Artesanato",
que se irá realizar em Lisboa, de 10 a 27 de Fevereiro,
no Espaço Docas, Artes&Etc.,
resolvemos fazer-lhe a pequena entrevista que se segue.

Espaço Docas – Quais são as principais tarefas do cargo que desempenha?

Alexandre Rosa – Sou VP do IEFP, entidade que tem a seu cargo a execução das políticas de emprego e formação profissional no território do Continente.
A sua acção desenvolve-se através de uma rede de Centros de Emprego e de Formação Profissional distribuída por todo o território do continente.
No âmbito da sua actividade o IEFP é, ainda, a entidade pública responsável pelo apoio ao artesanato, enquanto sector de actividade criador de emprego. O PPART – Programa de Promoção dos Ofícios e das Microempresas Artesanais – é um programa que funciona no IEFP sob a minha supervisão, embora com um Coordenador operacional que é o Dr. Fernando Gaspar, a quem muito se deve a qualidade do trabalho que vimos desenvolvendo na criação de condições de apoio e promoção do nosso Artesanato.
Cabe ao IEFP, através do PPART, a gestão do Estatuto do Artesão – através do qual se garante a emissão das Cartas de Artesão e de Unidades Produtivas Artesanais – bem como do Registo Nacional do Artesanato.
As minhas tarefas são, por isso, múltiplas mas todas orientadas para a administração do serviço público de emprego.

ED – Pode descrever a Exposição que estará presente no Espaço Docas, durante o mês de Fevereiro?

AR – Trata-se de uma mostra que pretende dar a conhecer internacionalmente as obras galardoadas nos diferentes certames que se organizam em Espanha, França e Portugal sob a designação comum de Prémios Nacionais de Artesanato e que se destacam pela sua qualidade e excelência. Irão estar patentes ao público um total de 30 peças (10 de cada país), de áreas diversificadas, como a cerâmica, o vidro, o têxtil/vestuário, a joalharia ou o mobiliário.

No caso português, o Prémio Nacional de Artesanato, de edição bienal, é instituído pelo Ministério do Trabalho e da Solidariedade, através do IEFP, conta com duas categorias - Artesanto Tradicional e Artesanato Contemporâneo, e já leva mais de 20 anos de realização ininterrupta. As 10 obras portuguesas foram seleccionadas de entre as peças premiadas em 2001, 2003, 2005 e 2009, e entrou em linha de conta com o conceito global delineado para a exposição.

Dizer também que a exposição "3 territórios" é uma das acções que integram o Projecto EUROART, liderado pela Fundação Espanhola para a Inovação do Artesanato (FUNDESARTE) e tendo como parceiros o Instituto Nacional dos Ofícios Artesanais (INMA) de França, e o IEFP em Portugal, e tem o objectivo de demonstrar a vitalidade do sector do artesanato simbolizada nas obras de grande valor cultural, estético e funcional que vão ser exibidas.

ED – Como vê o panorama actual do Artesanato português e quais os passos que os organismos oficiais, como o seu,
têm feito para protecção e desenvolvimento do mesmo?

AR – Eu vejo o sector do artesanato como uma grande mais valia para a afirmação da nossa identidade e, por isso, com um grande futuro. Num mundo tão globalizado como aquele em que vivemos e em que tudo tende a ser igual, importa tirar partido do que nos distingue. O nosso Artesanato faz parte, sem dúvida, desses elementos distintivos que contribuem para a nossa afirmação no mundo. A preservação as nossas tradições, não fechando, antes pelo contrário, caminho à inovação e à incorporação de elementos de modernidade, como o fazem, por exemplo e entre muitos outros, as Mulheres da Serra de Montemuro, é, seguramente, um caminho que, para beneficio de todos, podemos e devemos explorar.

O IEFP, através do PPART e de toda a sua rede de Serviços Locais e Regionais, disponibiliza um conjunto de instrumentos orientados para o apoio, promoção e valorização do nosso artesanato e dos artesãos, em que se salientam:
- Emissão das Cartas de Artesão e de Unidade Produtiva Artesanal nas áreas alimentar e não alimentar, de acordo com o previsto em legislação própria;
- Implementação e actualização periódica do Registo Nacional do Artesanato, disponível em e onde constam todos os Artesãos e Unidades Produtivas Artesanais portadores de carta ;
- Promoção do processo de qualificação e certificação de produtos artesanais tradicionais, em articulação com associações de produtores, autarquias locais, associações de desenvolvimento, etc.;
- Realização de actividades de promoção e valorização do artesanato, de formação de artesãos e de participação em projectos de apoio técnico;
- Co-edição da revista “Mãos”, publicação semestral especializada em artes e ofícios;
- Concessão de apoio financeiro à organização de feiras de artesanato e à participação dos artesãos nas mesmas;
- Participação institucional na FIA – Feira Internacional de Artesanato (Lisboa) através de uma exposição temática em cada edição, com publicação de catálogo, e do apoio financeiro à participação de 120 artesãos provenientes de todo o país, no Pavilhão dedicado ao Artesanato Português, uma iniciativa que já leva 20 anos;
- Realização do Prémio Nacional de Artesanato, iniciativa que já referi.

ED – Para terminar, qual é a sua opinião acerca do Espaço Docas e do Projecto Artes&Etc, no geral?

AR – Pelo que conheço do Espaço e do Projecto devo dizer que tenho uma opinião positiva. Acho, aliás, que a melhor forma de ajudar o nosso artesanato e os nossos artesãos é, mais do que pensar em subsídios, criar condições para a comercialização dos seus produtos. Sou daqueles que pensam que o artesanato terá futuro e os nossos artesãos poderão viver dele se conseguirem colocar os seus produtos no mercado. E que os circuitos de comercialização do nosso artesanato devem, tanto quanto possível, desenvolver-se em paralelo com os circuitos normais. O nosso artesanato tem muita qualidade. Tem produtos vendáveis em qualquer parte do mundo. Por vezes faltam os canais de comercialização. E o Espaço Docas e o Projecto Artes&Etc, tal como alguns outros projectos empresariais de comercialização das nossas artes tradicionais, é por isso credor, justamente, dos meus votos de maior sucesso.